terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Hoje estive pensando...

Estive pensando como as coisas são engraçadas

(Leia-se: “interessantes”)
Me disseram para não adjetivar,
quando estivesse escrevendo algo,
pois “carrega demais o texto”

Fiquei a pensar: como não adjetivar?
Como não adjetivar o cabelo crespo,
encaracolado, trançado e black power da menina preta?
Como não enaltecer os lábios grossos do rapaz retinto?

Como esquecer quem são aqueles,
que estão na sarjeta,
sem tetas governamentais ou privadas
Que dormem nas marquises, viadutos e escadas?

Como não adjetivar o samba caliente,
o jeito quente, ardente e
guerreiro da negra gente?

O candomblé baiano,
o jeito africano,
o falar cantado e
estereotipado?

A religião e a poesia negras?
Os bairros pobres?
As escolas sujas?
A cidade imunda?

A universidade racista,
machista, excludente?
Como não?!

8 comentários :

  1. Como não ser mais Baiano!!

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  2. Como não adjetivar você: poeta negro!

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  3. Uill... adjetivar pessoas, coisas ou lugares está diretamente ligado a nossa forma de ver o mundo, de distinguimos um poema bom de um ruim, por exemplo.
    Gosto do seu olhar e dos seus poemas.
    Beijos!

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  4. AGORA NÃO SENTI FALTA DOS ADJETIVOS.
    GOSTEI DO BLOG INTEIRO.
    PARABÉNS!

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  5. Saudações Poeta!
    Enquanto rolam cabeças, estupram sonhos, reconhecem-se as inverdades, os poetas adjetivam o inadjetivável! Por quê? Deixo pra falar depois dessa magia...

    Abraços!

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