quarta-feira, 20 de março de 2013

Restou um vazio cheio de plásticos no terreno do Golf
Restou um vazio de madeirit no Club
O pobre foi ao club vazio
e encheu de vida o Golf
encheu de histórias o Club
de caminhos o Golf
com enxada


O pobre sem-teto encheu aquele vazio de uma crítica materializada em barracos plásticos
num lugar nem tão nobre
mas tão caro quanto o Golf

Como uma fumaça que se esvai,
Se foi o Golf vivo de pessoas
Restou o Club de vazio
no meu campo de visão esquerdo
quando indo ao centro de buzu
ou ao direito, vindo de buzão

Por apenas um mês minha mente
se acostumara a ver aquela gente pra lá
aquela gente pra cá
nas ladeiras do Golf,
nas subidas e descidas do Club
nas escadas de barro do Golf Club

Restou saudade da vida noturna à luz de gato
naquele vazio diário
em ambos os turnos

Na invasão do Golf
de solo íngreme
já tinha escada
improvisada
de barro

Já tinha caminhos
já tinha estrada
já tinha sonhos
já tinha

A invasão do Golf
repentinamente como começou
se foi
exercendo sua função

A invasão do Club do Golf
touxe da Pituba cavalos marchadores
que só são vistos em bairros nobres,

pobres invasores...