terça-feira, 17 de agosto de 2010

Aquela brusca notícia, me fez parar e refletir por um instante, o qual pareceu mais uma eternidade. Senti um aperto no peito e, ao mesmo tempo, um desânimo que me tomava todo o corpo. A partir dali, entrei  numa espécie de túnel do tempo e me lembrei do passado com tanta intensidade, que chegava quase que a reviver aqueles momentos de infância, não tão distantes, nos quais eu ouvia aquela rouca e serena voz dizendo: _"Opa, Nininho!", numa espécie de saudação nos momentos em que eu passava pela frente de sua casa. Apelido esse, que adquiri ainda quando criança, mas que caiu em desuso, permanecendo apenas no meio da velha guarda da comunidade.


E lá, sempre estava ele, também sereno, a observar toda a comunidade como um tipo de ancião, apesar de em muitas ocasiões não ter sido tratado como tal, visto que, sofria de um mal que, ainda hoje, acomete a muitos negros e afrodescentes em várias partes do país: o alcoolismo; esse que muitas vezes aparece como uma "válvula de escape"; no sentido de que contribui para o esquecimento de variados  problemas diários e que acaba por causar outros, principalmente os familiares.
Seu nome: Domingos, mais conhecido como "Seu Martin da Vila", uma pessoa querida e que, com certeza, vai deixar saudades naqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

Asé, Seu Martin! Descanse em paz!