domingo, 11 de outubro de 2015

Viver em Salvador nos dias de hoje é perceber que esta cidade passa por vários problemas, principalmente, no que tange à segurança pública, essa que acaba por mexer em nossas vidas em todos os sentidos.


No entanto, é importante perceber também que, para além dessa violência que aflige nossas comunidades periféricas (eu sei, não só elas), existem frentes outras que estão fazendo o diferente, que estão lutando para concretizar coisas outras, experiências outras, em vários âmbitos, a fim de nos guiar para uma direção diferente.

Vários são os exemplos que surgem a cada dia nas comunidades e aqui cito apenas alguns, como o “Qual a sua pegada” (https://www.facebook.com/Qualasuapegada?fref=ts), de Alexandre Alves,  que vem fazendo um trabalho importantíssimo no sentido de dar visibilidade a nós, ao nosso fazer diário, seja em Plataforma ou em Salvador como um todo; como o Grupo de capoeira Raízes do Brasil, do Mestre Timbó (Elcio Miranda de Almeida), Timbó que vem há mais de 30 anos desenvolvendo, em Castelo Branco, um trabalho fundamental através da capoeira, da música, da educação; como o PECC, em Cajazeiras, de Maísa Flores, com o seu pré-vestibular comunitário e seu curso de inglês, do qual fui bolsista nos idos dos anos 2000 e depois professor etc, etc.



Diria Edson Gomes, “mesmo que a TV não mostre, aqui vamos nós”, e essa frase nos acompanha há tempos. E estamos indo sim, porém,  noutra direção que não aquela para a qual nos empurram diariamente, seja nas filas do SUS, esse que desenvolve campanhas e mais campanhas, como a mais recente intitulada “outubro rosa” que tem levando muitas mulheres a acordarem cedo para fazerem exames de prevenção ao câncer de mama, mas que, após fazerem tais exames, não podem mostra-los a um médico especialista, visto que “não tem médico...”, seja através das escolas, muitas delas sem professores concursados, pois não se tem concurso há anos e abarrotadas de contratos temporários, o que leva os alunos a uma formação, muitas vezes, deficientes por vários motivos.




Menos desesperador, contudo, é compreender que de fato internalizamos a frase de Steve Biko “estamos por nossa própria conta”, o que nos leva a arregaçar as mangas e fazermos nós mesmos. Por isso, um salve a todos os educadores sociais, produtores, grafiteiros, artistas de modo geral que tanto vêm contribuindo para que a capital da Bahia, possa passar por essa turbulência, se não ilesa, com menos sofrimento.

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