Eu periferia ser do subúrbio.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
18:30
Uilians Souza
O
tempo estava frio,
chuvoso
e nublado
e nublado
Decidi , ainda assim, enxaguar aquelas roupas mais que brancas...
mais
que alvas,
singela homenagem ao Orisá funfun
singela homenagem ao Orisá funfun
Os
verbos se apresentavam no infinitivo,
aguardando
serem conjugados:
enxaguar,
torcer, centrifugar, estender...
As
poucas cordas esperavam atentas p’ra ostenstar aquele branco brilhante
E
eu... não via a hora...
Como
tudo tem seu fim, terminei,
findei
o serviço ou achei, pelo menos
Dei
as costas e bastou,
ouvi
um baque, palavra que até gosto,
mas bateu um desespero, quase dor
no
peito...
Olhei
pra trás
e
como diria Limeira: “tudo esparramado” foi o que vi..
respirei
fundo, não acreditei
e
fui acariciar mais uma vez, novamente, de novo
aquelas
roupas sedentas do asé de minhas mãos,
com
a paciência do Velho.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
19:47
Uilians Souza
Todo ano a mesma ladainha: é o
combustível, sãos os impostos, sãos os pneus, as condições das
"avenidas". Na moral, como diz a rapa[ei]ze aqui da quebrada: para
que tá feio! E digo mais... A necessidade de parar a província do Salvador não
se deve apenas ao aumento do transporte, como é visível, mas a um acúmulo de
demandas da população que, quase nunca, é cumprida, mas que sempre é ignorada.
A saber: EDUCAÇÃO, (in)segurança, lazer (kkk), saúde, leia-se: doença e
emprego, esse que, na maior das vezes, se apresenta como trabalho, o qual é SEMPRE subalterno, improvisado, informal e mal remunerado. Sei que parece
discurso partidário. Mas é isso. Esse tal aumento é e está sendo, há quase uma
década, o estopim da bomba relógio desse projeto de cidade que não salva
ninguém.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
20:01
Uilians Souza
Quando
a chuva soou no telhado,
pingou
no balde água
Brotou
na mente uma ideia
viva-goteira-repetida
Rolou.
Parede
molhada
Rua
enxurrada
Roupa
chuvalhada
Frio.
Chuva
demorada
Rua
calada
música
constante goteira
Desmoronou
o Barro, Reis, em Angra
Aqui,
também, sangra em vermelho
o Castelo
Branco
Não
se cala, Betão!
Pede
Liberdade a São Caetano
Piedade
para o Nordeste
Encabula!
O
Rio já tá em Vermelho de tristeza
sem
sapatos Plataforma
Difícil
andar pelo Alto de Coutos
Esgotos
a céu aberto. É certo!
Nas
Vistas, nada de Alegre
A
Ita, cá, arranha-se no vale de pedrinhas de dor,
de
amor sólido de Xangô
Pedra
justiça sagrada
tão
logo vem do céu cinzento,
encher
o lagos de nossos largos corações.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
18:52
Uilians Souza
O conta-gotas pingou as cotas
A conta brilhou banhada de folhas verdes e
secas
As cotas vieram pagar as contas
das dívidas históricas
Conta no pescoço
Conta sobre as cotas
Falam...
Cotas às custas de lutas nas costas
Gotas de lágrimas alegres quando descem
pelo pescoço enfeitiçado de conta
quer contar sobre as cotas-gotas do desejo
Cota-gotas de remédio
Se pá-li-ativo
vivido
Já é!
domingo, 6 de maio de 2012
18:22
Uilians Souza
Ao fazer poema,
não tenho pena
Escrevo a lápis,
graffiti de parede-murro
nos dentes
Sendo sincero,
sou severo
quase ríspido,
quando penso.
E me vem à mente a frase-provérbio:
“o que não mata, engorda.”
Lembro de Nietzsche,
na minha versão soteropolitana.
E penso:
Em Salvador, o racismo, quando não mata,
aleija,
enlouquece.
sábado, 31 de março de 2012
20:30
Uilians Souza
Me lembrei:
"quando você
pensa que tá ruim,
pode piorar...".
O cenário: cachorros e lixos e bebidas.
Gente correndo.
Filas e faróis.
Tudo escuro na estação do Caos.
E cá, no peito, ó!
Medo que só!
O protesto contra o aquecimento global
não aqueceu os corações e nos tornamos
vilões, de algo que somos apenas mocinhos e mocinhas...
pode piorar...".
O cenário: cachorros e lixos e bebidas.
Gente correndo.
Filas e faróis.
Tudo escuro na estação do Caos.
E cá, no peito, ó!
Medo que só!
O protesto contra o aquecimento global
não aqueceu os corações e nos tornamos
vilões, de algo que somos apenas mocinhos e mocinhas...
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
04:52
Uilians Souza
Naquele dia, a bandeira balançou Bahia.
Balançou Brasil.
Balançou grávida.
Naquele dia,
de Sol, no CAB,
pensei que, em nossas mentes,
a pressão já não CABe
Não só pensei em mim
Não só pensei no fim
da greve
Enfim...
Fiz um poema
E tive pena de nós,
aqui, a sós
refém de um medo mais que implantado.
Balançou Brasil.
Balançou grávida.
Naquele dia,
de Sol, no CAB,
pensei que, em nossas mentes,
a pressão já não CABe
Não só pensei em mim
Não só pensei no fim
da greve
Enfim...
Fiz um poema
E tive pena de nós,
aqui, a sós
refém de um medo mais que implantado.
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