Respirar candomblé é acordar cedo em silêncio
Bater paó, saudando os orixás-santos em cada canto do ilé
É ter Tempo pra si de ver o céu de um modo único azul
Por ora, nublado
ou em crepúsculo-aurora
Respirar candomblé é ouvir o bater de palmas exaltadas
no círculo-barracão
E ver sorrisos largos de Glórias
É ouvir o tic nervoso tac de uma máquina de costura
E sentir o cair d’água no chão a cada banho de água cristalina
omí orò
É entender o despachar da porta a cada entrada de irmão em
direções três:
Como o tridente-falo de Exú,
O temido.
O querido.
O.
É perceber cada conta coral,
ladigbà
barras de saia
e adjà
O cantar da conquém
O cacarejar do galo
O berrar
do bode
O silenciar do ibí
O apaziguar do pombo
É usar um branco de doer as vistas
É a promoção da limpeza-ebó
da limpeza do espaço para o espaço-orun
E conviver com as folhas de Ossain
Espada de Ogum
de Yansã espada
de Oxossi
e bete branco
e akokô
e arueira
Comigo ninguém pode!
Respirar candomblé é sentir arrepios causados por uma voz
emocionada entoante de rezas-cantigas de Exú a Oxalá.
Lindo, lindo, lindo... ao ler o poema, vi todas essas imagens... ouvi os sons... lindo, simplesmente!
ResponderExcluirÉ de arrepiar professor... Infelizmente, não conheço muito sobre os Orixás e tem alguns nomes os quais desconheço... Mas, vou me familiarizar e me aprofundar mais sobre certos assuntos os quais desconheço! Sue Nascimento
ResponderExcluirParabéns, Uilians, a beleza do candomblé através da poesia.
ResponderExcluirSublime e tocante!
joice Dale
Eta coisa boa, são os seus versos.Parabéns!!
ResponderExcluirCredo, flecha macumbante kkkj
ResponderExcluirCê vai sentar na cabeçssss
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